segunda-feira, 4 de maio de 2015

Diário de bordo da Rádio Escola no Ar - parte III


Olá, pessoal! Estamos de volta com mais um capítulo da nossa saga Como criar uma rádio escola com conteúdos voltados para Língua Portuguesa e Literatura ?  O primeiro passo, acreditar que é possível; o segundo, deixar de mimimi e pesquisar formas e experimentar metodologias.
No post anterior, falamos sobre o concurso de decantação (declamar canções)  com as crianças e uma proposta de leitura performática com xs adolescentes. De um modo geral, essa galerinha ainda não possui uma leitura fluente ao ponto de poder entrar no ar com segurança. Por isso, é necessário investir tempo em leituras coletivas, sensibilização para o som das palavras, ritmo das frases e, sobretudo, formação crítica. É preciso ter algo a dizer quando a luz vermelha indica No Ar.
Deixamos como tarefa que elxs levassem para casa Olhos Coloridos e Ode aos ratos a fim de realizarem uma performance neste encontro. Porém, houve uma reunião dos professores e as crianças foram liberadas mais cedo. Então, a oficina só aconteceu com xs adolescentes.
Abaixo, segue o relato da monitora Duana Peixoto narrando mais um capítulo da nossa saga. Boa Leitura!


O encontro desta quarta foi apenas com os adolescentes. Iniciei a aula perguntando quais rádios tinham ouvido durante a semana e logo reparei que não andam transitando pelas emissoras e/ou ouvindo pouco o veículo.

Tínhamos combinado de fazer a leitura dos dois textos que levaram para casa, no entanto, nenhum dos alunos retornou com a folha e, como as minhas também haviam acabado, tentei abrir a letra na internet. Porém, a escola ainda está com problema no acesso ao wi-fi. Para não deixar passar em branco, ouvimos as duas músicas e fomos conversando sobre as impressões que tiveram, os significados das palavras e a diferença entre o compositor e o intérprete.

A música Olhos Coloridos (Macau) eles já conheciam. Após escutá-la, cada um pontuou sobre o que a letra falava. Uma aluna, Mariana, disse que achou a canção preconceituosa e os demais alunos retrucaram explicando que era o contrário, que falava da mistura do povo brasileiro e, para esclarecer a confusão, contei a história do compositor,  como foi escrita a música, o contexto da época e sobre a Sandra de Sá. Já a música Ode aos Ratos, de Chico Buarque, eles não conheciam, mas alguns disseram que ouviram falar do músico em uma série da TV Globo. Essa canção causou um estranhamento por ter muitas palavras diferentes e “difíceis”, as quais fomos pontuando e esclarecendo o significado. Além disso, conversamos sobre o enredo da canção, procurando desvendar quem é este rato, os lugares citados  por onde passa , etc.

Buscando sempre dialogar com sons atuais, levei como referência um vídeo da Karol Conká cantando “Bate a Poeira”, que deu para fazer uma associação com as duas canções anteriormente apresentadas e discutidas.

O interessante foi que após vermos o vídeo, entramos em uma discussão sobre os padrões de beleza impostos principalmente pelas grandes mídias e que muitas vezes chegam por meio das telenovelas. Como houve uma boa participação dos alunos com relação ao assunto, pedi para que uma das alunas levasse, para a próxima aula, alguma música que fosse parecida com o tema discutido.

Para finalizar o encontro, passei um vídeo de stand up do Marcelo Adnet em que ele mostra a diferença da narração de um jogo de futebol no rádio e na televisão. Após o vídeo, comentei rapidamente essa diferença, reforcei a importância de escutar rádio, falei de nossa próxima atividade  e nos despedimos.

Duana Peixoto

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