Dando continuidade ao post anterior, falaremos agora sobre a experiência com xs adolescentes. Começamos um trabalho de elaboração de roteiro, mudando um pouco o foco da leitura para a criação e escrita. Gostaríamos de nos debruçar mais tempo sobre a performance, dada a dificuldades de expressão oral da turma, mas a sala de aula nos mostrou que já é o momento de entrar no ar ou teremos evasão. Talvez, sensibilizá-los para a importância da leitura nasça da prática radiofônica, do tropeço ao vivo. Será?
Pode até parecer uma imposição, mas combinamos entre as oficineiras que o roteiro é condição para entrar no ar, esse será o trato com a turma. Então, quem quiser falar, escolher as músicas e fazer sugestões precisa participar de todo o processo de elaboração. Temos que criar essa cultura entre elxs porque só improvisa, só experimenta, quem domina o assunto. E este não é o caso. Para além disso, o roteiro é um excelente exercício que permite axs alunxs desenvolver algo fundamental : a Competência Discursiva.
De acordo com Marcos Baltar (2009, p.21),
"A competência discursiva é um amálgama da capacidade que o usuário de uma língua natural atualiza e concomitantemente desenvolve, quando participa das atividades de linguagem que ocorrem nos diversos ambientes discursivos da sociedade. Além de capacidades linguísticas, textuais e comunicativas, para viver de forma autônoma, esse usuário necessita compreender as diferentes formações discursivas e os respectivos discursos que compõem e transitam pelos ambientes discursivos dessa sociedade".
Nas ondas literárias, também navegamos ao lado da Linguística Textual e da Análise do Discurso. Trabalhamos a produção de textos com vistas à autonomia porque, em alguma citação perdida, ler é compreender o mundo, escrever é participar. E essa participação no mundo pode contribuir, acreditamos, para a compreensão dos discursos midiáticos e suas intencionalidades.
Fica aqui uma sugestão: escrever o roteiro coletivamente, projetando o texto na parede com um Datashow, por exemplo, é um excelente exercício prático e reflexivo. Todos pensando & escrevendo juntos sobre o que dizer, como dizer e para quê/quem dizer. Em outro momento, desenvolveremos melhor essa fagulha de pensamento.
A oficina
Pode até parecer uma imposição, mas combinamos entre as oficineiras que o roteiro é condição para entrar no ar, esse será o trato com a turma. Então, quem quiser falar, escolher as músicas e fazer sugestões precisa participar de todo o processo de elaboração. Temos que criar essa cultura entre elxs porque só improvisa, só experimenta, quem domina o assunto. E este não é o caso. Para além disso, o roteiro é um excelente exercício que permite axs alunxs desenvolver algo fundamental : a Competência Discursiva.
De acordo com Marcos Baltar (2009, p.21),
"A competência discursiva é um amálgama da capacidade que o usuário de uma língua natural atualiza e concomitantemente desenvolve, quando participa das atividades de linguagem que ocorrem nos diversos ambientes discursivos da sociedade. Além de capacidades linguísticas, textuais e comunicativas, para viver de forma autônoma, esse usuário necessita compreender as diferentes formações discursivas e os respectivos discursos que compõem e transitam pelos ambientes discursivos dessa sociedade".
Nas ondas literárias, também navegamos ao lado da Linguística Textual e da Análise do Discurso. Trabalhamos a produção de textos com vistas à autonomia porque, em alguma citação perdida, ler é compreender o mundo, escrever é participar. E essa participação no mundo pode contribuir, acreditamos, para a compreensão dos discursos midiáticos e suas intencionalidades.
Fica aqui uma sugestão: escrever o roteiro coletivamente, projetando o texto na parede com um Datashow, por exemplo, é um excelente exercício prático e reflexivo. Todos pensando & escrevendo juntos sobre o que dizer, como dizer e para quê/quem dizer. Em outro momento, desenvolveremos melhor essa fagulha de pensamento.
A oficina
Voltamos à escola no meio da semana para resolver alguns problemas técnicos antes da oficina. Arrumamos a rádio toda, limpamos os equipamentos empoeirados, varremos, testamos as máquinas e deciframos alguns mistérios da mesa de som. Na pausa pro cafezinho, ficamos relembrando o esforço delxs ao rascunhar o primeiro roteiro. Escreviam, reescreviam, faziam piadas e se atinavam para a criação de uma personalidade própria. Nesse instante de inspiração, foi importante apresentar referências de locução, como a performance de Jai Mahal, apresentador do Reggae de Bamba, programa da Rádio Cultura Brasil.
Na oficina de hoje, finalizamos o roteiro da aula anterior num formato bem simples, basicamente composto por abertura, músicas e algumas informações do cotidiano escolar, como o cardápio da merenda. Depois, fomos para a rádio pela primeira vez!
Nosso intuito foi apresentar o espaço, agora todo arrumadinho, mostrar minimamente como funciona a rádio e já entrar no ar com esse roteiro piloto.
Nosso intuito foi apresentar o espaço, agora todo arrumadinho, mostrar minimamente como funciona a rádio e já entrar no ar com esse roteiro piloto.
A escolha das música revelou uma esperança. Levamos alguns CDs para que escolhessem as músicas. Como eram desconhecidas por elxs e tínhamos pouco tempo para selecioná-las e entrar ao vivo no recreio, a aluna Mariana se engajou na leitura dos encartes para avaliar se as letras eram interessantes para tocar no programa. Seria um sinal de sensibilização pras palavras? Ainda é cedo para dizer...
Roteiro e playlist afinados, tudo pronto, só que não. Na hora "H", o microfone falhou, risos, desconcentração, fala apressada e muitos ruídos. Só foi possível tocar algumas músicas e se despedir. Embora a frustração, esse primeiro contato deu um gás nelxs, sentiram o gostinho do rádio. Empolgaram-se com a nave "funcionando" e combinaram de se reunirem no recreio para afinar o que faltava no roteiro e assim chegarem na próxima edição arrasando.
* BALTAR, Marcos. Rádio escolar, letramento e gêneros textuais. 2009
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