Pelos milhares que ontem foram e amanhã serão
mortos pelo grão-negócio de vocês;
Pelos milhares dessas vítimas de câncer,
De fome e sede, e fogo e bala, e de AVCs;
Saibam vocês, que ganham “cum” negócio desse
Muitos milhões, enquanto perdem sua alma,
Que a mim não faria falta se vocês morressem;
Saibam que não me causaria nenhum trauma.
(Reis do agronegócio, Chico César)
Fernando Marques, Juliano Rabujah, Aline Maria e Karina Caetano.
O mês de Abril
nos convida a pensar a descolonização a partir de algumas datas
comemorativas e (des)comemorativas que marcam, no Brasil, a história
da colonização e da resistência dos nossos povos. Dia
17, dia Internacional da Luta Campesina, em memória ao massacre de
Eldorado dos Carajás, onde a polícia militar matou mais de 20 sem
terras e deixou tantos outros desaparecidos, especialmente mulheres
e crianças desse assentamento. 19 de abril, dia do Índio, os donos da
terra submetidos a todo tipo de violência contra seu povo e sua cultura. 21, dia da Inconfidência Mineira, da triste
memória do Brasil colônia, subjugado por Portugal e das tentativas de
sair do jugo da metrópole extrativista, que entre outras
atrocidades implementou a utilização de mão de obra escrava e desumanizou
os negros sequestrados no continente africano. Dia 22 de abril, dia da invasão
dos portugueses ao Brasil, momento onde começa todo esse processo de
opressão, construção e resistência do nosso povo. Não por acaso dia
22 de abril também é dia da Terra. Para trazer a tona o contexto de luta
e afirmação de nossos povos: indígenas, negros e quilombolas, e
trabalhadores do campo em suas diversidades, a palavra poética do Vice Verso
foi descolonização.
Descolonização é o processo por que passa uma nação ou um povo ao se livrar daquele que o explora e desqualifica seus modos de vida. Está diretamente relacionada a conquistas de direitos, a afirmação de uma cultura até então menosprezada e a conservação de suas tradições, em detrimento a cultura secular européia. Descolonizar, portanto é retirar um povo de um processo histórico de exclusão dando-lhe autonomia e fazendo emergir a consciência e o orgulho de sua própria origem.
No quadro 5
minutos, Fernando Marques, nosso comentarista de Teatro nos falou sobre a necessidade de nos afastarmos do
colonizador que existe dentro de nós. No quem
conta um ponto aumenta um conto Fernando Zorzal comemorou com sua resenha o aniversário de
70 anos da obra A rosa do povo, de
Carlos Drummond de Andrade.
Canções e poemas
Curumim chama Cunhatã (Composição e interpretação: Jorge
Ben Jor)
Erro de português (Autor: Oswald de Andrade; performance: Juliano Rabujah)
Erro de português (Autor: Oswald de Andrade; performance: Juliano Rabujah)
Eju orendive (Composição e interpretação: Bro Mc's, reserva
Jaguapiru, Dourados – MS)
Visitação (Autor e performance: Paulo Sodré)
Salve as folhas / Descobrimento (Composição: Baianos Gerônimo e Ildásio Tavares; interpretação: Maria Bethania/ Autor: Mario de Andrade; performance: Ferreira Gullar, álbum Brasileirinho, 2003)
Visitação (Autor e performance: Paulo Sodré)
Salve as folhas / Descobrimento (Composição: Baianos Gerônimo e Ildásio Tavares; interpretação: Maria Bethania/ Autor: Mario de Andrade; performance: Ferreira Gullar, álbum Brasileirinho, 2003)
Trecho do documentário Escolarizando o Mundo (Autor:
Wade Davis; performance: Aline Maria)
Língua (Composição: Caetano Veloso; interpretação: Gal Costa)
Língua (Composição: Caetano Veloso; interpretação: Gal Costa)
Araruna (Canto
dos índios Parakanã do Pará; interpretação: Marlui Miranda)
O ronco da cuíca (Composição: João Bosco e Aldir
Blanc; interpretação: Céu)
Navio negreiro (Autor: Castro Alves; performance: Paulo Autran)
Navio negreiro (Autor: Castro Alves; performance: Paulo Autran)
Canto das três raças (Composição: Paulo César Pinheiro
e Mauro Duarte; interpretação: Clara Nunes)
Furtar e foder (Autor: Gregório de Matos; performance: Nilda Spencer)
Furtar e foder (Autor: Gregório de Matos; performance: Nilda Spencer)
Reis do agronegócio (Autor: Chico César; performance:
Aline Maria, Karina Caetano e Juliano Rabujah)
Canoa, canoa (Composição: Nelson Angelo e
Fernando Brant; interpretação: Milton Nascimento, álbum: Clube da esquina, nº 2,
1978)
O colono e o fazendeiro (Autor: Carolina Maria de Jesus; performance: prof. Pedro de Mello)
Casinha branca (Composição: Joran e Gilson; interpretação: Gilson)
Patrão nosso de cada dia (Composição: João Ricardo; interpretação: Secos e molhados)
O colono e o fazendeiro (Autor: Carolina Maria de Jesus; performance: prof. Pedro de Mello)
Casinha branca (Composição: Joran e Gilson; interpretação: Gilson)
Patrão nosso de cada dia (Composição: João Ricardo; interpretação: Secos e molhados)
Hip!! hip! hoover! (Autor: Oswald de Andrade;
por Arnaldo Antunes e outros)
Índigo blue (Composição e interpretação: Gilberto Gil,
álbum: Raça humana, 1984)
Eucalipto (Autor e performance: Waldo Motta)
Não sonho mais (Composição: Chico Buarque; interpretação: Elba Ramalho, álbum Ave de prata,1979)
Eucalipto (Autor e performance: Waldo Motta)
Não sonho mais (Composição: Chico Buarque; interpretação: Elba Ramalho, álbum Ave de prata,1979)
Senhor cidadão (Composição e interpretação: Tom Zé)
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