"Jurupari desembucha,
escancara a bocarra,
solta a língua, rasga o verbo,
revela, desvela, esparra.
Clama e proclama
o seu evangelho
conta os segredos
desvenda os mistérios
– desencanta o mal."
(Jupari, Waldo Motta, 2015)
Waldeusa, Waldilma, Jeowalda, Waldelícia, Salwaldora, Waldanado... 03 de março, entrevistamos um dos mais importantes poetas brasileiros da contemporaneidade: Waldo Motta. Polêmico, debochado, místico, numerólogo, ator, ícone da poesia homoerótica. Espírito santense, nascido em São Mateus e autor de 14 obras, dentre elas Bundo e outros poemas, livro que lhe rendeu indicação ao prêmio Jabuti de Literatura. O Vice Verso especial Waldo Motta festeja o lançamento do seu novo livro, Terra sem mal, e vivencia uma noite de intensas performances poéticas.
Fernando Zorzal, Jamille Ghil, Aline Maria, Waldo Motta e Juliano Rabujah.
Em sua primeira
participação no Vice Verso, Waldo Motta encheu nossos estúdios de beleza e
energia ao falar sobre as religiões, especialmente as cristãs, e suas relações epistemológicas
com o cu. Além disso, nos apresentou histórias sobre os povos indígenas
representados em seu novo livro e fez várias explicações de suas teorias chegando
ao que ela chamou “do nível quântico da palavra”: buscar os múltiplos sentidos
de um dado termo, se utilizando inclusive de línguas arcaicas como a hebraica e
o tupi para suas construções poéticas. E foi tanto assunto que ultrapassamos
as barreiras do nosso tempo e o programa durou duas horas. E assim continua, pois
como proferiu o Waldo místico, “por onde ela passa coisas extraordinárias
acontecem”.
Fernando Zorzal, Jamille Ghil, Aline Maria, Waldo Motta e Juliano Rabujah.
Ouça
No quadro 5 minutos, Guilherme Guio falou sobre as
especificidades do uso da Internet para circulação de conteúdos independentes.
Já
o Quem conta um ponto aumenta um conto
ficou por conta de Juliano Rabujah, que trouxe a poesia de Pedro Rocha, no
livro Chão Inquieto, uma obra
literária contemporânea belíssima e mais que recomendada.
Canções e poemas
Pássaro proibido (Interpretação:
Doces Bárbaros – 1976; composição: Caetano Veloso e Maria Bethania)
Caminho II
(Interpretação: Raul Seixas, do disco Novo Aeon – 1975; composição: Raul Seixas
e Paulo Coelho)
Reflexão
do Pagé (Interpretação: Juliano Rabujah, da obra Terra sem Mal – 2015;
autor: Waldo Motta)
Invocação
de Tupã (Interpretação: Juliano Rabujah, da obra Terra sem Mal – 2015;
autor: Waldo Motta)
Assim disse
o trovão (Interpretação e autoria: Waldo Motta, da obra Terra sem Mal – 2015)
Ave Lúcifer
(Interpretação: Mutantes em A divina comédia ou ando meio desligado – 1970;
composição: Rita Lee, Arnaldo Dias Baptista e Élcio Decário)
Todos os
olhos (Interpretação e composição: Tom Zé – 1973)
Assim
disse a monstra (Interpretação e autoria: Waldo Motta, da obra Terra sem Mal –
2015)
Yauarete (Interpretação:
Milton Nascimento, do disco Yauarete – 1987; composição: Fernando Brant e
Milton Nascimento)
Seres
Tupy (Interpretação: Pedro Luis e a Parede e Ney Matogrosso, do disco Vagabundo
– 2004; composição: Pedro Luis)
Zen vergonha
(Interpretação: Beth Bruno, do disco Guinga - Simples e absurdo – 1991; composição:Guinga
e Aldir Blanc)
Eucalipto
(Interpretação e autoria: Waldo Motta, da obra Terra sem Mal – 2015)
Partido
Alto (Interpretação: Cássia Eller, do disco Acústico – 2002; composição Chico
Buarque)
Cara de
índio (Interpretação e composição: Djavan )
Terra (Interpretação e composição: Caetano Veloso, do disco Prenda minha - 1999)
Das
mutações (Interpretação: Jamille Ghil, da obra Bundo e outros poemas – 1996,
autor: Waldo Motta)
Curumim (Interpretação e composição: Marku Ribas)
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Locução: Aline Maria e Fernando Zorzal, Produção de áudio: Juliano Rabujah, Design gráfico: Elvira Broetto, Imagens: Iuri Galindo, Revisora de linguagem: Luana Mattos, Mediadora escolar: Duana Peixoto, Produção: Jamille
Ghil e Karina Caetano, Coordenação: Prof. Jorge Luiz do Nascimento.
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