Foi-se a Copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode, afinal,
cuidar de nossos problemas.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser tontos
se chutarmos no alvo exato.
O povo, noutro torneio,
havendo tenacidade,
ganhará, rijo, e de cheio,
A Copa da Liberdade.
(Carlos Drummond de Andrade, Foi-se a Copa?)
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Jeitinho,
malandragem, malemolência são características percebidas como fruto da
criatividade nacional, da habilidade que nós brasileiros temos em se virar. Pode também ser visto
como sinônimo da corrupção ou falta de caráter. O Vice Verso Jeitim Brasileiro é resultado da oficina Ninguém
vai vê, realizada no dia 05 de julho, no Museu de Artes do Espírito Santo. Gratidão
a todos que colaboraram com o programa, especialmente a Layla Cruz, Jaqueline Câmara, Alícia Braggio Alfeu, Clara Braggio Alfel, Juliano Asgery Carneiro Santos, Mayla Bulhões Abreu Costa, Juliana Alves de Albuquerque, Luiza Figueredo Dassoler e toda a galera do coletivo Maruí.
Foto: Amanda Brommonschenkel
Foto: Amanda Brommonschenkel
Pra dar um
rumo nessa prosa, conversamos com Amanda Brommonschenkel,
do coletivo Maruí, que organizaram as oficinas Jeitinho brasileiro -
parte da programação da exposição Meu país tropical, da artista ALEMÃ
Heidi Liebermann. O Programa Vice Verso
também levou suas contribuições, por isso, a expressão poética dessa quarta foi Jeitim Brasileiro.
Segue a playlist colaborativa e os agradecimentos aos que ajudaram a construí-la: Fepas FP, Kiko Dinucci, Zé Moreira, Fernando Duarte, Caetano Monteiro, Vitor Lopes, André Félix, Cesar Baldan, Fabricio Miyakawa Renan Bono, Julia Oliveira, Adner Sena, Rao Soares, Sete Linhas Emmanuel, Paulo Prot, Regina Trindade, Manel Fogo, Edivan Freitas, Zeff Matieli, Gessé Paixão, Luara Monteiro, Francisco Neto.
Cássia Eller - Partido Alto
Chico Anysio - Filosofia (Ascenso Ferreira)
Mas este aí declamando não é o Chico Anysio não, hein?
Noel Rosa - Conversa de botequim
Kurt Weill - Bertolt Brecht - versão livre de Chico Buarque - O malandro
Leila Pinheiro - Baião de Lacan
João Bosco - Siri recheado e o cacete
Neguinho da Beija-Flor - Malandro também chora
COPA 86
Eis que em alheio terreiro
o galinho vira galinha
em cujo cu contava o povo
um ovo que lá não tinha.
As cristas murchas, de novo,
o timão pifa na rinha.
A bola não se aninha
em gol na rede da França,
e goram as esperanças
de nosso povo fominha
de engodos e lambanças.
Waldo Mota (in Bundo e outros poemas)- Poema foi inspirado no final da Copa de 86
Caetano Veloso e Gilberto Gil - Cada macaco no seu galho (Chô, chuá)
Foto: Amanda Brommonschenkel
E, quem perdeu, perdeu igual a seleção brasileira...porque o programa foi bom e não tem podcast :(
Inté a próxima, galera!
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