sexta-feira, 11 de julho de 2014

Jeitim brasileiro



No dia 09 de julho de 2014...


Foi-se a Copa? Não faz mal. 
Adeus chutes e sistemas. 
A gente pode, afinal, 
cuidar de nossos problemas.
Faltou inflação de pontos? 
Perdura a inflação de fato. 
Deixaremos de ser tontos 
se chutarmos no alvo exato.
O povo, noutro torneio, 
havendo tenacidade, 
ganhará, rijo, e de cheio, 
A Copa da Liberdade.
(Carlos Drummond de Andrade, Foi-se a Copa?)

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Oficina Ninguém vai vê, o jeitim brasileiro na música e na poesia.
Foto: Amanda Brommonschenkel


Jeitinho, malandragem, malemolência são características percebidas como fruto da criatividade nacional, da habilidade que nós brasileiros temos em se virar.  Pode também ser visto como sinônimo da corrupção ou falta de caráter. O Vice Verso Jeitim Brasileiro é resultado da oficina Ninguém vai vê, realizada no dia 05 de julho, no Museu de Artes do Espírito Santo. Gratidão a todos que colaboraram com o programa, especialmente a Layla Cruz, Jaqueline Câmara, Alícia Braggio Alfeu, Clara Braggio Alfel, Juliano Asgery Carneiro Santos, Mayla Bulhões Abreu Costa, Juliana Alves de Albuquerque, Luiza Figueredo Dassoler e toda a galera do coletivo Maruí.

Foto: Amanda Brommonschenkel

Foto: Amanda Brommonschenkel
Pra dar um rumo nessa prosa, conversamos com Amanda Brommonschenkel, do coletivo Maruí, que organizaram as oficinas Jeitinho brasileiro - parte da programação da exposição  Meu país tropical, da artista ALEMÃ Heidi Liebermann. O Programa Vice Verso também levou suas contribuições, por isso, a expressão poética dessa quarta foi  Jeitim Brasileiro




Cássia Eller - Partido Alto 


Chico Anysio -  Filosofia (Ascenso Ferreira)


Mas este aí declamando não é o Chico Anysio não, hein?
     Noel Rosa - Conversa de botequim 
Kurt Weill - Bertolt Brecht - versão livre de Chico Buarque - O malandro 


Leila Pinheiro - Baião de Lacan 


João Bosco - Siri recheado e o cacete 

Neguinho da Beija-Flor - Malandro também chora 

COPA 86

Eis que em alheio terreiro
o galinho vira galinha
em cujo cu contava o povo
um ovo que lá não tinha.
As cristas murchas, de novo,
o timão pifa na rinha.
A bola não se aninha
em gol na rede da França,
e goram as esperanças
de nosso povo fominha
de engodos e lambanças.


Waldo Mota (in Bundo e outros poemas)- Poema foi inspirado no final da Copa de 86


 
Caetano Veloso e Gilberto Gil - Cada macaco no seu galho (Chô, chuá)  

Inicialmente, Jamille Ghil leria poemas dos modernistas que tratam do jeitinho brasileiro no falar. Mas, reinou o tema da Copa. 


Foto: Amanda Brommonschenkel


E, quem perdeu, perdeu igual a seleção brasileira...porque o programa foi bom e não tem podcast :(

Inté a próxima, galera!



quarta-feira, 2 de julho de 2014

Futebol

  Jamile Ghil, Jorge Nascimento, Karina Caetano e Fernando Zorzal
                                  
No Vice Verso do dia 02 de julho, em plena copa no Brasil, a palavra poética  só poderia ser Futebol. São inúmeros os escritores e músicos que se inspiraram na bola para encontrar o passe certo das palavras. Dentre eles, destacamos Drummond, Nelson Rodrigues (o mestre da crônica esportiva), Mário Prata, Luís Fernando Veríssimo, Ferreira Gullar...

Pra bater essa bola, conversamos com o Prof. Dr. Jorge Nascimento que apontou para a relação do futebol com a literatura, o racismo e a política. No quadro 5 minutos, uma edição especial com a Profª. Drª. Thana Souza, filósofa e aficcionada por futebol e que o considera, inclusive,  um ato político.



Foram escalados para a playlist:

Poema: Meu Coração no México - Carlos Drummond de Andrade
Naná Vasconcelos - Futebol
Sérgio Santos - Samba e Futebol

Chico Buarque - O futebol
Poema: Ademir da Guia de João Cabral de Melo Neto
Caju e Castanha - Futebol no Inferno 
Poema Ferreira Gullar - O Gol
Mano Brown e  Jorge Ben Jor - Umbabarauma (Ponta de lança africano)
Elis Regina - Meio do campo

Poema: A Copa Espoliada - Zeh Gustavo
Jorge Ben - Zagueiro